“Barrela” – Um Retrato Brutal daViolência e Sobrevivência

Barrela, a primeira obra do dramaturgo Plínio Marcos, ganha uma nova e
imersiva montagem pela Cia de Teatro Gente, levando o público a uma experiência visceral de visita a um presídio. A proposta começa antes mesmo do espetáculo, com atores vestidos como oficiais carcerários circulando pelo foyer do teatro e criando uma atmosfera de cadeia. A peça se passa em uma cela de prisão onde seis detentos — Portuga, Bahia, Tirica, Fumaça, Louco e Bereco — vivem em conflito constante. A chegada de um novo preso, “Garoto” ou “Carne Nova”, um tipo burguês, intensifica as tensões, resultando em um episódio de violência entre os próprios detentos. O diretor Nathan Marreiro destaca que, nesta nova montagem, o foco está na interação com o público e na simplicidade do cenário, que aposta em marcações e luz em vez de adornos cenográficos. Indicada ao Prêmio Braskem em 2006 e no Festival Ipitanga de Teatro na categoria Melhor Espetáculo, vencendo em ambas na Categoria Ator Coadjuvante (Everton Machado), Barrela também teve grande repercussão no Festival de Teatro de Curitiba em 2007. A peça é um experimento teatral que questiona as fronteiras entre ficção e realidade, oferecendo uma reflexão profunda sobre a condição humana, a violência e o poder, levando o público a uma imersão única no universo carcerário.