NO OUTRO LADO DO MAR…
Após a jornada iniciada com “Amêsa”, que explorou as cicatrizes da guerra no corpo humano, damos continuidade com “No outro lado do mar…”, também de Mena Abrantes. Este novo trabalho aprofunda a experiência, trazendo uma perspectiva interna, do centro da dor até a superfície da resistência.
A criação começou no escuro, com os corpos dos atores Everton e Ana registrando, de maneira inconsciente, medos e angústias. A cada passo, a luz foi se abrindo e os personagens tomaram forma, refletindo arquétipos universais e atemporais. O espetáculo não é um produto acabado; ao contrário, é uma constante descoberta de liberdade e presença cênica.
Dois atores negros, em um deserto branco e cristalizado de sal grosso, representam um espaço sem referências, onde o masculino e o feminino se encontram e se desafiam. A luz alterna entre tons frios, evocando as profundezas do mar, e momentos de calor e esperança.
“No outro lado do mar…” é uma experiência filosófica e poética, que aborda a dor e a memória através de imagens visuais e sonoras. O espetáculo nos transporta para eventos históricos como os tsunamis e a escravidão, e também para questões atemporais da existência humana, refletindo sobre a luta pela dignidade e pela sobrevivência.
Sinopse:
Em “No outro lado do mar…”, passado, presente e futuro se encontram, e o masculino e o feminino se olham em busca de novos olhares para superar velhas concepções. A montagem une Brasil e Angola, criando uma ponte entre culturas e histórias, e nos convida a refletir sobre o que significa ser humano em um mundo marcado pela dor, mas também pela esperança de um novo começo.