Neste ano a Cia de Teatro Gente está completando quase duas décadas de nascimento. São dezenove anos, desde seu nascimento, na busca por uma identidade que seja, ao mesmo tempo una e multe, respeitando e sustentando as muitas diferenças de quem a mantém viva.
Sem que se percebesse, o caráter multi-referencial da companhia foi tomando forma e crescendo. Hoje, cada membro que a compõe sabe que ser “gente” é uma forma de se descobrir e descobrir a arte em si.
Nessa busca, a CIA foi montando espetáculos que investigam o corpo vivo do ator, as diversas formas de estar presente em cena, mas que se propõem também a investigar lugares que pertencem a tantas outras questões relacionadas à raça, ao gênero, às origens, às histórias de vida, à espiritualidade, ao social, às individualidades, às relações, à ancestralidade, ao silêncio, ao invisível.
Barrela é o primeiro texto do conceituado dramaturgo brasileiro Plínio Marcos. A montagem da Cia de Teatro Gente leva o público a entrar e sair como numa visita a um presídio.
Depois do sucesso com a montagem BARRELA de Plínio Marcos, a Cia de Teatro Gente homenageia o genial Ariano Suassuna, em comemoração aos seus 80 anos de vida, com a montagem do espetáculo “Uma Mulher Vestida de Sol”.
Amêsa ou a canção do desespero é um texto de José Mena Abrantes, escritor angolano que viveu alguns anos da guerra pela independência de Angola e toda a guerra civil que se iniciou logo após a independência. Por isso, é impossível pensar esse texto distinto da história de Angola, assim como não dá para separá-lo da história do próprio autor.
Com o espetáculo “Amêsa” iniciamos uma viagem rumo às cicatrizes deixadas pela guerra (explícita ou não) no corpo de uma pessoa. Desejando dar continuidade a essa caminhada, fizemos a opção por “No outro lado do mar...”, texto também de Mena Abrantes, que foca outro ângulo da mesma experiência. Neste texto, é como se pudéssemos ver de dentro pra fora, do centro para a superfície.
O genial dramaturgo brasileiro Plínio Marcos em 1986 trouxe a cena Balada de Um Palhaço um texto necessário, provavelmente em todas as épocas da vida humana, por se tratar de um argumento em que coloca o perfil do ser humano espiritualista e materialista, o conflito entre o ser e o ter, talvez um dos mais antigos da espécie humana e latejante até nossos dias contemporâneos, ter ou ser, é uma busca eterna.